quinta-feira, 31 de março de 2011

Hachiko

Konnitiwa!
Kyouwa, Hachiko monogatari o omisseshimassu.

                      
(Hachiko nos últimos dias)              (Estátua de Hachiko em Shibuya)

Hachiko nasceu em novembro de 1923, e logo foi enviado para a casa de Hidesaburo em Shibuya, que sempre sonhou em ter um cão da raca Akita. Aos poucos, a amizade e o amor entre o cão e o dono foram crescendo, a ponto de Hachi sempre acompanhar Hidesaburo (que era professor do Departamento Agrícola da Universidade de Tóquio) até a estação de trem. O que é interessante na história é que Hachi tinha uma espécie de ‘relógio interno’, e era capaz de ir sozinho até a estação de trem por volta das 15h para esperar o dono, voltando os dois para casa juntos. Isso, fizesse chuva, sol ou neve.

Infelizmente, em maio de 1925 Hidesaburo veio a falecer enquanto estava na faculdade, e jamais retornou para a estação de trem.

Um dos momentos mais comoventes no filme é  quando Hachi entra na casa durante o velório do dono e começa a uivar, e logo depois, quando acompanha o carro que levava o corpo.

A partir daí a história ‘oficial’ e o filme original diferem um pouco. A história diz que parentes e amigos dos Ueno passaram a cuidar de Hachi. Já o filme mostra que o cão acabou se transformando em uma espécie de ‘estorvo’, uma triste lembrança para toda a família.

De qualquer forma, onde quer que estivesse, Hachi sempre dava um jeito de fugir e aparecer na casa antiga dos Ueno, e na estação de trem pela manhã e no final da tarde, na esperança de reencontrar seu dono. Sua figura constante tornou-se famosa no local, onde vendedores locais e antigos amigos de Hidesaburo levavam comida e água para Hachi. Era o máximo que eles podiam fazer pelo cão que sempre esperava pelo dono que nunca voltaria.

E isso durou por longos 10 anos. Em 1932 a história de Hachiko ganhou as páginas dos jornais japoneses, e a história do cão da raça Akita que era leal ao dono até após a morte do mesmo fez até mesmo com que a raça de cães (que estava entrando em extinção, com pouco menos de 30 animais dessa raça vivos) virassse uma febre no Japão, como exemplo de cão leal e amistoso. Em 1934 Hachiko ganhou uma estátua de bronze (que foi destruída pelos japoneses na Segunda Guerra), e em 1948 ganhou uma nova estátua, que permanece até hoje na estação de Shibuya.

Em 1935, Hachiko finalmente morreu, próximo à estação de trem, ainda esperando pelo seu dono. Aqui, o filme original toma uma grande liberdade poética, e mostra Hachiko e seu dono finalmente se reencontrando. Na vida real, todo dia 8 de Abril é realizada uma cerimônia solene na estação de trem, em homenagem à história do cão leal.

O filme original não é fácil de ser encontrado para venda, mas procurando no Google é possível achar versões para download, assim como as legendas. Vendo o trailer de “Sempre ao seu lado” é possível perceber que, apesar de várias adaptações e alterações na história original, o cerne da relação entre o dono e seu cão estão lá. Essa história pode até não ter tido um final feliz, mas é uma das mais belas histórias reais conhecidas.

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